Lucas, 18, tem três passagens pela Fundação Casa em SP e considera que já pagou pelos seus erros, e, afirma que todos tem que pagar, inclusive funcionários.
O jovem relatou que qualquer um quando chega na unidade da Raposo Tavares apanha sem abrir a boca, eles batem sem motivo algum.
Afirma que todos tem que pagar por seus erros conforme a lei, inclusive a Fundação.
Segundo o Conselho Tutelar e o CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), essas práticas abusivas estão realmente acontecendo.
O CIDH visitou várias instituições no país e coletou casos de agressão, práticas abusivas, até mesmo casos de “tortura”, onde adolescentes tinham que ficar em posições dolorosas nus.
Segundo o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), entre 2014 e 2016, foram movidos 59 inquéritos policiais sobre irregularidades nos 5 complexos da Raposo Tavares.
Lucas ainda contou, que na unidade Nova Aroeira, onde ficou, foi espancado, levou tapas na nuca, não podia olhar para nenhum lugar, e, ainda por cima, ficou trancado só de cueca em um quarto isolado (procedimento conhecido por eles como “tranca”). O jovem pôde receber visita da mãe no dia seguinte, apenas por 30 minutos.
Segundo Lucas, ele achou que ia morrer, ficava sem ar e mesmo assim continuavam batendo nele.
O conselheiro tutelar, Gledzon Deziatto, responsável pelo complexo da Raposo Tavares, afirmou que de 2016 até hoje recebeu 43 denúncias anônimas pelo disk 100. Só em 2018 já foram 5 denúncias.
A Fundação Casa se manifestou e afirma que esses casos não aconteceram, e que, eles agem dentro das leis e estatutos, com total transparência. E se, pegarem algum funcionário cometendo algum tipo de agressão ou maus tratos, eles são investigados e punidos, seja demissão por justa causa, advertência ou suspensão.
E, referente a investigação do CIDH, a Fundação afirma que está colaborando com o órgão.