Os golpes estão cada vez mais estratégicos e formulados. Segundo pesquisa, no primeiro semestre de 2018, houve mais de 50 mil queixas na polícia e inquéritos instaurados para investigação em fraudes e golpes envolvendo bancos e cartões de crédito.
Paralelamente com o avanço da tecnologia, os golpistas estão investindo cada vez mais para burlar e enganar. Criação de URA (Unidade de resposta automática em ligações), Call centers e acredite se quiser, são contratadas pessoas que conhecem a linguagem de banco e como proceder numa falsa ligação bancária.
A última invenção dos bandidos tem o poder de enganar até os mais conhecedores de golpes registrados, e se aproveitam ainda que o índice no Brasil de pessoas que olham atentamente o extrato do cartão de crédito é pequeno, principalmente cartões corporativos.
O Brasil, devido aos vários golpes, se tornou o país com o maior investimento anti fraudes do mundo, e mesmo com toda tecnologia ao seu lado, constantemente é surpreendido por novos planos dos golpistas.
Fúlvio Araújo, ator, 28 anos, de São Paulo /SP, nos contou como caiu num golpe e foi se dar conta apenas dois meses e meio depois.
“Certo dia, estava em casa e recebi a ligação do suposto atendente bancário. Se apresentou como Bruno, o barulho atrás era de Call Center, incrível!
Com uma linguagem formal e quase nenhum erro de português, me disse que havia compras suspeitas no meu cartão, no qual gostaria de confirmar a compra, caso não fosse minha, iria cancela-la.
Como eu já havia recebido algumas ligações muito parecidas, confiei e neguei as compras que ele me descreveu, logo em seguida, afirmou que já havia algumas compras feitas quase no mesmo horário, mas como para o banco lhe pareceu normal, foi liberado. E novamente neguei as compras, visto que realmente não eram minhas e fugiam totalmente do meu perfil.
Continuando, quase empausadamente, me disse que infelizmente teria que cancelar meu cartão, pois mais algumas compras estariam sendo feitas no mesmo tempo que conversávamos. Ainda sem desconfiar de nada, apesar da dor de cabeça, concordei com o cancelamento e passei os dados do cartão como método de confirmação.
Ainda na ligação, o falso atendente me disse que as compras iriam aparecer na fatura, mas para eu ficar tranquilo que o banco iria estornar o valor, logicamente por ter sido um erro da instituição em seu departamento de segurança, me passou o protocolo da ligação e finalizou dizendo que meu cartão demoraria 20 dias úteis para chegar, por causa da greve dos correios.
Passado alguns dias, minha fatura chegou, praticamente estourado com todos os limites e na mesma data da ligação. Não liguei muito para a fatura, pois ocorreu conforme o atendente tinha me falado.
Passados mais de 20 dias úteis, algo como 2 meses e meio, o cartão estava fazendo muita falta, e então resolvi ligar na instituição bancária, foi quando me dei conta que tinha caído num grande golpe e meu nome já estava restrito com o não pagamento das faturas vencidas.
Tomei as medidas cabíveis, mas infelizmente, sinto dizer, nada foi o bastante e o golpista saiu ileso.”
Como o caso de Fúlvio, nossa redação descobriu tantos mais casos, todos direcionados para a polícia competente, e inacreditavelmente, quase todos ainda sob fase de investigação e sem resultados positivos.
Em contato com algumas administradoras de cartão, nos foi passado que esse golpe está no auge, tanto que prometeram investir em propagandas em televisão aberta para alertar todos que receberam ligação.
Outrossim, pediram encarecidamente que NUNCA passem qualquer dado de cartão ou bancário para as pessoas que ligaram. Que SIM, os centros de riscos de cartões costumam ligar para confirmar compras que sugerem fraude, mas que jamais pedem os dados completos do cartão, muito menos os dados de segurança.
Após receber a ligação, avise a polícia o mais rápido possível e ajude pessoas como essas serem pegas e fazerem menos vítimas.
Como funciona