Adoções no Brasil. A espera de tantas crianças e como funciona a adoção.

A adoção hoje supera um recorde, tendo em torno de 6.8 mil crianças esperando por uma nova família. Muitas delas chegam a sair do abrigo de adoção e constituir sua própria família, sem ao menos uma só pessoa mostrar interesse em adota-las.

Um dos motivos é a burocracia, contudo, estatísticas mostram que a dificuldade em adotar não é o único motivo de muitas crianças chegarem a idade adulta à espera de uma família, e sim de diversos fatores, que muitas famílias esquecem de pensar e pouco tempo após a adoção acabam devolvendo a criança ou o jovem de volta ao abrigo.

Quando a família resolve adotar uma criança tem que se conscientizar da complexidade da mente de um adolescente que fatalmente passou por traumas e que rescindirá em comportamentos um pouco diferentes do que talvez a família espere. 

Durante essa matéria conhecemos uma criança chamada João Vitor, tem um pouco de dificuldade de assimilar matérias na escola, não segue regras, era abusado pelo pai desde os 3 anos até os 5, que foi quando entrou no abrigo. O jovem garoto que hoje tem 9 anos já foi devolvido aos cuidados do estado por 4 vezes, e as famílias alegaram o quão difícil é educa-lo.

Outro quesito, que infelizmente ainda é muito  atento à família que deseja adoção é a aparência física, que em comum procuram por crianças brancas, ainda muito novo e de cabelos claros, isso faz com que essa enorme fila que ainda se perpetua à espera seja de 84% negras, e do restante, 65% são deficientes, seja mentais ou físicas.

Muitas crianças ensejam a insatisfação com o abrigo do estado, alegando insuficiência de cuidados básicos, alimentação, médicos e até atenção.

Wellington, 16 anos, está no abrigo desde os 6 anos e disse que muitas vezes desejou voltar para a casa dos pais, que eram usuários de drogas, porém se sentia muito mais confortável que “naquele lugar”.

Diferente do que muitos pensam, muitas crianças que moram em abrigo tem contato com seus pais biológicos, porém, esses não tem condições de cria-los ou são proibidos pela justiça.

Há projetos sociais que visam acelerar o ritmo de adoção, e assim, com movimentos sociais inserem várias formas para aquelas crianças consigam ser vistas pela sociedade a assim obter mais chances. Um desses projetos é a campanha de adoção “Esperando por você” que você pode ter acesso clicando no site abaixo.

Campanha de adoção esperando por você

Essa campanha reúne mais de 140 crianças que moram em abrigos no Espírito Santo e esperam por uma família há muito tempo. Segundo o movimento, dessas crianças 86% têm mais de 08 anos de idade, 49% fazem parte de grupos de irmãos e 23,5% possuem alguma necessidade especial.

Eles tiveram a aprovação da justiça para fazer vídeos e fotos dessas crianças e assim ajuda-los de alguma forma.

Para você que deseja adotar uma criança e que principalmente está ciente das obrigações e do tamanho da responsabilidade que terá assumindo esse compromisso, daremos alguns passos para você conseguir dar à um jovem uma família.

1) Procure a Vara de Infância e Juventude mais perto de sua casa e entre com um pedido de adoção.

2) Após a entrada do pedido, você é encaminhado para o setor técnico da Vara para assistir palestras de orientação sobre a documentação e os cuidados necessários.

3) As pessoas consideradas aptas para a adoção são encaminhadas para entrevistas com psicólogos e assistentes sociais. Os não-preparados recebem o contato de grupos de apoio para pretendentes à adoção.

4) Os pretendentes são avaliados por psicólogos e assistentes sociais. Nessa fase, a casa dos adotantes também é visitada.

5) Uma avaliação técnica sobre as condições da futura família é elaborada e encaminhada ao Ministério Público, que analisa o caso e envia seu parecer ao juiz da Vara.

6) O juiz decide se os pais estão habilitados para a adoção. Se estiverem, seu registro vai para o Cadastro Nacional de Adoção. Caso contrário, eles podem recorrer à decisão.

7) Depois de cadastrados, o juiz vê quais crianças se encaixam no perfil idealizado pelos pretendentes. Quanto menos exigências, mais rápido é o processo.

8) Escolhida a criança, começa a fase de “aproximação. O início da convivência é monitorado pelos assistentes sociais.

9) Se tudo der certo, os pais recebem a guarda da criança por um “período de convivência” acompanhado pela Vara. Quando a nova família for considerada estável, a adoção é formalizada.

 

Atitude não enseja apenas em vontade, e sim conhecimento e muita preparação.

Não adota por adotar, adote para amar!

 

 

 

 

 

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    João Ferrari

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